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Slow beauty e slow fashion: uma homenagem ao Dia da Terra

Atualizado: 31 de dez. de 2021

Entenda o que é Slow Beauty e Slow Fashion e saiba como eles podem ajudar no seu bem-estar e ainda reduzir os seus impactos no meio ambiente.


Slow Beauty

Assim como o movimento Slow Fashion que valoriza o trabalho autoral do estilista e das as pessoas envolvidas na cadeia de produção (modelista, piloteira, costureira, artesã, vendedora...) e com peças produzidas em pequena escala o Slow Beauty também propõe um olhar diferente sobre o autocuidado e a beleza, também baseado na sustentabilidade ambiental, no respeito aos animais e efluentes, no comércio justo e principalmente no consumo consciente.


O movimento de autocuidado já vinha sendo adotado pela geração Millenials (nascidos em 2000), com o uso de aparelhos para melhorar o tratamento da pele em casa como o conhecido limpador facial de tecnologia sônica Foreo, o massageador de pedra natural Jade Roller e as descartáveis Sheet Masks para o tratamento rápido e profundo da pele. Em resumo, todos esses apetrechos se resumem em uma só coisa: reservar um momento para cuidar de si.


Efeito pandemia

Durante as longas e seguidas quarentenas, as pessoas foram privadas de frequentar clínicas de estética e para conter a ansiedade e o stress do isolamento foram obrigadas a desacelerar, a se ocupar e desfrutar do ambiente do seu próprio lar, e parece que foi aí que a tendência ganhou força.


Prova disso foi o aumento nas vendas online de acessórios de skin care, máscaras de beleza, difusores de essências e tudo mais que diminua o stress e crie um ambiente propício para o Home Spa.


De acordo com dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) no Portal Brazilian Beauty News, de janeiro a dezembro de 2020, o segmento de cuidados com a pele teve alta de 21,9% (vendas ex-factory), quando comparado com o mesmo período de 2019, sendo que nesse segmento, todos os produtos cresceram acima de dois dígitos.


Os maiores destaques foram, para o rosto, as máscaras de tratamento faciais, que apresentaram 91% de crescimento e, para os produtos de cuidados com a pele do corpo os esfoliantes corporais, que apresentaram alta de 153,2%.


Uma beleza completa

Cada vez mais beleza, saúde e bem-estar aparecem como conceitos relacionados. Mais pessoas acreditam que a boa aparência é o resultado de se sentirem bem, o que explica os investimentos em cuidados com a pele e saúde mental em substituição à maquiagem.


Até porque o uso obrigatório das máscaras sanitárias escondeu boa parte do rosto e ainda gerou acne e outros problemas dermatológicos por conta do ambiente abafado criado pela barreira. Quer dizer, muita coisa foi se somatizando para gerar um novo comportamento.


Em paralelo, as pessoas começaram a ter mais consciência dos produtos que usam, passaram a ler rótulos e as empresas passaram a explorar mais o seu marketing: "livre disso, livre daquilo, sem isso, com aquilo.”


Assim como na época do "Apagão" criou-se o hábito de reduzir o consumo de energia, e posteriormente vieram as campanhas de educação para separação do lixo orgânico do reciclável, novos aprendizados e atitudes conscientes são incorporados aos comportamentos. O hábito vai sendo passado de geração para geração e as coisas se "tornam menos chatas" e ganham sua devida importância. O Planeta Terra agradece.


Slow Beauty na prática

  1. Use produtos não testados em animais;

  2. Dê prioridade a embalagens recicladas ou de fontes renováveis;

  3. Escolha produtos que tenham uma verdadeira política de marketing ecológico e não apenas Green Wash, quando a empresa apenas diz mas não mostra suas escolhas e os investimentos que faz para reduzir impactos no meio ambiente;

  4. Pesquise, teste previamente, pense e repense na escolha do seu cosmético para evitar que ele encalhe e vire lixo;

    1. Abro aqui um parêntese para registrar meu pedido aos revendedores e marcas: To-dos os produtos deveriam ter uma embalagem disponível para Testar ou uma Amostra Grátis. Os gostos pessoais por textura e cheiros são diversos, sem contar os casos de alergias. Além disso, geralmente são produtos caros. Não deveríamos ser obrigados a ficar com um produto que não gostamos ou não nos adaptamos;

  5. Menos produtos e mais eficiência! Usar uma grande quantidade de produtos não significa melhor resultado;

  6. Valorize padrões estéticos mais naturais, com peles verdadeiramente bem cuidadas e maquiagem levemente corretiva que realce o que você tem de melhor;

  7. Torne o momento de tratamento de pele em um momento de autocuidado. Reserve um tempo e lugar para relaxar. Uma pessoa que se ama reflete e emana sentimentos positivos para as outras pessoas com quem convive.

Algumas das minhas escolhas de marcas e produtos: pesquisadas, testadas e pensadas para reduzir meus impactos no meio ambiente (da esquerda para a direita)

  • Guerlain é uma grife francesa nascida em 1828 que tem uma linha de produtos baseada na Geléia Real das Abelhas Negras. Para manter sua produção, a empresa é comprometida e mantenedora da Ouessant, uma ilha patrimônio da UNESCO que fica a 18km da costa francesa onde apenas as abelhas negras habitam em ambiente totalmente preservado, livre de pesticidas e longe da poluição. Além disso, desde 2020 a marca vem adaptando suas embalagens reduzindo insumos e peso em cerca de 30% para manter suas perspectivas sustentáveis;

  • Biossance é uma jovem empresa americana que desenvolveu o Esqualano, um hidratante biológico de origem vegana - 100% derivado da cana de açúcar - que substitui o Esqualeno, que nosso próprio corpo produz em pequenas quantidades e que algumas indústrias retiram esse óleo do fígado dos tubarões - usando-os para fazer hidratantes e outros produtos para a pele. As embalagens dessa marca, como tubos e potes são totalmente recicláveis ​​e as embalagens externas são feitas de papel de cana-de-açúcar renovável, sem tintas ou corantes que possam afetar a reciclabilidade;

  • Surya Brasil é uma empresa brasileira que tem como produto principal a Henna e outros extratos naturais vindos da Índia e da Amazônia, possui várias certificações de sustentabilidade em seus mais de 30 anos de mercado exportando atualmente para mais de 40 países;

  • Serie Expert do Grupo L’Oréal se juntou à iniciativa New Plastics Economy e desde 2018 faz parte de uma lista de 11 companhias globais que assumiram o compromisso de que todas as embalagens de produtos serão 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025.

  • Cuide-Se Bem O Boticário é uma linha de hidratante corporal que possui a opção de refil;

  • Shiseido é uma empresa japonesa com mais de 140 anos de mercado que tem em seu DNA o slow beauty, já que considera importante na criação de seus produtos todo o sensorial (cheiro e textura) na experiência de uso. O nome da empresa, Shiseido, vem de uma frase do Yi Jing chinês: “至 哉 坤 元 万 物資 生” que significa Louvado seja as virtudes da Terra, que nutre uma nova vida e traz valores significativos. Dessa forma o marketing ecológico e social fazem parte dos princípios da marca;

  • Oceane apesar de não ser uma marca que aposta em ações de sustentabilidade, seu portifólio de produtos é baseado em acessórios de bem-estar e cosméticos que visam o autocuidado dentro de casa.

Slow Fashion: uma alternativa sustentável

Slow Fashion foi um termo criado por volta do ano de 2004, em Londres, pela Angela Murrills, uma escritora de moda da revista de notícias on-line Georgia Straight.


O termo ficou conhecido depois de ser muito utilizado em blogues de moda e artigos na internet. A expressão surgiu na década de 1990 e deriva de outro movimento, o Slow Food, que propõe uma forma mais consciente de se alimentar. Assim como o irmão da culinária, o Slow Fashion busca criar hábitos de consumo responsáveis, valorizar pequenos produtores e itens com mais qualidade e durabilidade.


A tendência é um contraponto ao conceito de Fast Fashion, que dominou as décadas anteriores e consiste em grandes lojas de departamento produzindo coleções novas a cada semana, induzindo a compra por impulso em peças de modismo, com o custo baseado em mão de obra e materiais baratos sem levar em conta os aspectos sociais da produção.


Necessidade Urgente

O fortalecimento desse conceito não é à toa. No mundo todo, a fabricação de peças de poliéster, criadas com fibras sintéticas, requer 70 milhões de barris de petróleo todos os anos. Quando jogadas no lixo, as roupas de poliéster continuam poluindo, pois levam mais de 200 milhões de anos para se decompor. Nem materiais naturais, como o algodão, passam incólumes: uma simples camiseta exige 2.700 litros de água para ser produzida.


Esse contexto, aliado à filosofia de alto consumo e descarte rápido impulsionada pelos preços baixos de grandes redes, como Forever 21, Zara e GAP, fez com que a moda se tornasse a segunda indústria que mais polui o planeta, ficando atrás apenas da petroquímica.


De acordo com a Organização das Nações Unidas, a emissão de carbono pelo segmento fashion é maior até do que a dos setores de transporte aéreo e marítimo juntos.

 
  • Segundo a ONU, estima-se que entre 80 e 90% da água descartada pela indústria têxtil volta para o meio ambiente sem tratamento;

  • Segundo o relatório The State Of Fashion da McKinsey realizado em 2020, 1/3 das jovens mulheres - maior segmento de consumidoras de moda - consideram velhas as suas roupas usadas por 1 ou 2 vezes.

 
Fonte: Revista Você S.A em 21/06/20

Slow Fashion na prática

  1. Olhe a composição do tecido na etiqueta e evite comprar tecidos à base de fibra plástica, como poliamida/nailon e poliéster. Elas são derivadas do petróleo e não deixam a pele respirar. Além disso, durante a lavagem, essas fibras sintéticas liberam partículas de plástico – e são uma grande fonte de poluição de rios e mares. Na prática, mesmo que essa água descartada passe pelas estações de tratamento de esgoto, cerca de 40% do material poluente ainda alcança os corpos d’água;

  2. Dê preferência a tecidos naturais como o algodão, bambu, linho, modal, seda e lã ecológica, liocel/tencel, couro ecológico, tecidos veganos, viscose e jeans reciclado;

  3. Compre menos, adote o Consumo Consciente;

  4. Compre uma peça ou acessório que possa ser combinada com pelo menos 2 outras que você já tenha no guarda-roupa;

  5. Priorize a qualidade: invista em corte, material e acabamento;

  6. Priorize peças duráveis e atemporais à modismos;

  7. Priorize cores neutras - que facilmente se misturam entre si: branco, preto, cinza, marinho, off-white, kháki, nude e vermelho -, e invista menos em estampas;

  8. Descubra o tipo de estampa que realmente gosta: com fundo escuro ou claro, com estamparia floral, trartan, listrada ou geométrica, por exemplo. Assim você erra menos no momento da compra e evita encalhar a roupa;

  9. Se você é do tipo que transpira pouco, use mais de uma vez a mesma peça de roupa. Durante o tempo de pausa, pulverize com uma garrafa spray - na proporção de meio a meio - de água e álcool doméstico 46º;

  10. Acumule o máximo de peças para ligar a máquina de lavar roupas;

  11. Lave suas roupas com detergentes concentrados. Eles economizam água durante a produção do limpador;

  12. Se você usa lavadora do tipo máquina frontal, use detergente próprios. Eles contém ativos biodegradáveis e produzem menos espuma, dessa forma o ciclo de enxágue se encurta economizando água e reduz consideravelmente o tempo de uso do eletrodoméstico;

  13. Se sua máquina é do tipo Lava e Seca, aproveite para retirar as roupas ainda quentes. Dê uma sacudida e coloque no cabide. A gravidade fará a sua parte. Isso reduz consideravelmente a necessidade de usar o Ferro de Passar Roupa. Essa dica só não vale para camisas sociais e outras peças com pregas;

  14. Se você se identifica com o conceito minimalista, considere montar um guarda-roupa cápsula, e pontue com peças e/ou acessórios tendências em até 5% do total do seu acervo;

  15. Faça revisões anuais no seu guarda-roupa: repare o que precisa de conserto, lave e coloque para arejar peças de couro ou camurça como sapatos, bolsas e jaquetas;

  16. Treine o seu olhar e brinque de fazer novas composições com o que você já tem;

  17. O que não faz mais o seu gosto lave, doe ou venda ;)

 

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